terça-feira, 18 de outubro de 2011

Conferencia Cante às Escrituras

Excelentes palestras sobre música na igreja, culto, cultura, mundo ``gospel´´. Vale a pena conferir!





Fonte:


Cante as Escrituras
Conferência Regional
Distrito Federal, 2011

http://canteasescrituras.com/

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Os Levitas - Renato Vargens


Desde que me converti tenho ouvido por parte de alguns líderes evangélicos que aqueles que ministram o louvor com música na Igreja são levitas do Senhor. Como já escrevi anteriormente algumas comunidades evangélicas tem uma enorme facilidade de judaizar o Evangelho de Cristo. Vale a pena ressaltar que em nenhum lugar do Novo Testamento encontramos a referência de que ministros de louvor, cantores ou instrumentistas sejam considerados como levitas do Senhor.
Dentro deste contexto gostaria de reproduzir parte do excelente artigo escrito pelo pastor Natanael Rinaldi, apologista do CAPC. Segundo Rinaldi o conceito de “levita” foi tomado por empréstimo de Israel e do Velho Testamento. Originalmente, “levita” significa “descendente de Levi”, que era um dos 12 filhos de Jacó. Os levitas começaram a se destacar entre as 12 tribos de Israel por ocasião do episódio do bezerro de ouro. Quando Moisés desceu do monte e viu o povo entregue à idolatria, encheu-se de ira e cobrou um posicionamento dos israelitas. Naquele momento, os descendentes de Levi se manifestaram para servirem somente ao Senhor (Êx 32:26). Daí em diante, os levitas se tornaram ministros de Deus. Dentre eles, alguns eram sacerdotes (família de Aarão) e os outros, seus auxiliares. Embora os sacerdotes fossem levitas, tornou-se habitual separar os dois grupos. Então, muitas das vezes em que se fala sobre os levitas no Velho Testamento, a referência se aplica aos ajudantes dos sacerdotes. Seu serviço era cuidar do tabernáculo e de seus utensílios, inclusive carregando tudo isso durante a viagem pelo deserto (Números capítulos 3, 4, 8, 18).
Naquele tempo, os levitas não eram responsáveis pela música no tabernáculo. Muito tempo depois, Davi inseriu a música como parte integrante do culto. Afinal, ele era músico e compositor desde a sua juventude (I Sm 16:23). Então, atribuiu a alguns levitas a responsabilidade musical. Em I Crônicas (9:14-33; 23:1-32; 25:1-7), vemos diversas atribuições dos levitas. Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e também cantores e instrumentistas (II Crônicas 5:13; 34:12).
Em se tratando o título levita ao Antigo Concerto não é próprio chamarmos os músicos e cantores como integrando um corpo ministerial estranho ao Novo Concerto, até porque, segundo as Sagradas Escrituras todos aqueles que confessam a Cristo foram feitos por Ele, reis e sacerdotes. Portanto afirmar que os músicos são levitas do Senhor afrontam de modo substancial o ensinamento bíblico e cristão.
Pense nisso!




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Luiz Sayão - Louvor com Seriedade

Não é possível que se possa louvar a Deus com entendimento usando composições pobres e
vazias de conteúdoTwittar essa frase – isso, quando as letras não contêm erros teológicos e até heresias.”
Vivemos na era da música digital. E os muitos sons nos fazem delirar. Foi muita mudança tecnológica, rítmica e cultural que revolucionou o cenário evangélico na área de louvor e adoração. Diante do novo contexto, as opiniões se dividem. O louvor contemporâneo é melhor do que o antigo dos hinários? As mudanças foram para bem ou para mal? Durante décadas, as igrejas tradicionais – presbiterianas, batistas, metodistas – usaram quase que exclusivamente os hinários, com suas composições centenárias. Com o tempo, os clássicos do cancioneiro protestante foram sendo deixados de lado em benefício de cânticos chamados modernos. Mas por que tantos belos hinos caíram em desuso?
Algumas das principais razões podem ser aqui mencionadas e enumeradas. Em primeiro lugar, as composições tradicionais eram, em sua maioria, estrangeiras – alemãs, inglesas, americanas. Com o tempo, aqueles ritmos e melodias foram causando estranheza aos ouvidos brasileiros, acostumados a estilos musicais mais populares. Além disso, hinos célebres como “Óh quão cego andei” e “Vencendo vem Jesus” eram maciçamente executados, gerando certo cansaço. As novas gerações não conseguiram adaptar-se às canções mais antigas e buscaram novas formas de expressão musical. Isso sem falar em versos de difícil compreensão para os jovens. Um desses hinos, por exemplo, dizia em sua primeira estrofe: “Numa orgia nefanda, o rebelde Belsazar (…)”.
A grande revolução litúrgica que pegou desprevenidos os grupos tradicionais e pentecostais clássicos no Brasil teve lugar a partir da década de 1950. A chegada da Igreja Quadrangular e o surgimento de denominações como O Brasil para Cristo, a Igreja de Nova Vida e a Deus é Amor mudaram o perfil evangélico nacional. Foi por meio da nova onda carismática que o cenário mudou. E uma das transformações mais notáveis foi justamente o rompimento com a tradição musical protestante. Surgiram hinetos mais simples e curtos, repetitivos, acompanhados de palmas e instrumentos antes considerados “profanos”, como guitarra, bateria e órgão elétrico. A parte do culto dedicada ao louvor musical deixou de ser marcada pela reflexão e assumiu um caráter mais corporal e efusivo. E estas canções traziam como novidade os ritmos genuinamente nacionais, como samba e marchinha. Afinal, as novas igrejas eram autenticamente brasileiras – logo, não tinham necessidade de honrar uma tradição estrangeira.
Mas o que dizer dessa nova realidade? Os mais tradicionais, claro, afirmam que a qualidade musical diminuiu (o que é fato) e que o repertório evangélico moderno não é próprio para um culto verdadeiro. No entanto, é preciso ressaltar aspectos positivos da nova tendência. Um deles é a alegria comemorativa. Enquanto os tradicionais cantavam “Bendita a hora de oração” de olhos bem fechados, em contrição, os novos grupos começaram a fazer a festa do louvor, pulando, movendo braços e pernas e até dançando. Tudo com muito apelo para o contexto que a fé cristã assumiu em território brasileiro. A adoração meditativa cedeu lugar a uma adoração contemplativa. Em vez de enfatizar os feitos de Deus ou elementos teológicos importantes, ressalta-se muito a transcendência divina, que o fiel é estimulado a buscar e a sentir.
Uma particularidade dos novos cânticos é a forte ênfase no Antigo Testamento, enfatizando uma idealização de Israel. Querendo expressar uma fé mais concreta, os novos grupos encontraram ali fonte de inspiração, muitas vezes sem qualquer transposição cristã. Além disso, especialmente sob a influência da escatologia pré-milenista, tomou-se o povo de Israel como modelo – e o resultado é uma apropriação de temas e elementos tipicamente judaicos, como o uso de símbolos rituais como o candelabro, o shofar e vários outros.
No entanto, o novo cenário litúrgico também mostrou diversas fragilidades e problemas. Desde os dias do louvor ao som do iê-iê-iê dos anos 1960 até a chamada adoração profética, muitos problemas apareceram no contexto da Igreja contemporânea. Um deles é a introdução de heresias. Como são compostos por gente sem boa formação teológica, muitos cânticos afirmam verdadeiras tolices, como “Eu navegarei no oceano do Espírito”, ou “Casa de Deus, onde flui o amor”, etc. Infelizmente, muitas igrejas cantam diversos cânticos apenas porque gostam da melodia, sem observar se a letra tem ou não o mínimo fundamento bíblico e teológico.Twittar essa frase Ainda que não seja o caso de todos, há cânticos que não chegam a dizer nenhuma heresia – simplesmente, porque não têm nada a dizer! Twittar essa frase São peças que trazem frases simplistas, quase sem nenhum conteúdo. Essas músicas geralmente possuem bastante ritmo e algumas poucas frases, que são repetidas continuamente.
Não é possível que se possa louvar a Deus com entendimento usando composições tão pobres e vazias de conteúdo.Twittar essa frase Além disso, devemos reconhecer que, se queremos oferecer um louvor a Deus, precisamos fazê-lo com mais qualidade. Hoje, todos têm consciência de que é possível e perigoso fazer manipulação emocional usando determinados ritmos. Quando momentos de louvor chegam a quase uma hora de duração, repletos de cânticos eufóricos, o público fica emocionalmente desequilibrado. Submetidos a uma verdadeira catarse musical, muita gente já nem é capaz de fazer uma crítica do que está acontecendo. A verdade é que, em muitos casos, a repetição de cânticos torna-se quase hipnótica. O público fica eufórico – às vezes, até com certa demonstração de sensualidade – e acaba formando uma massa de pessoas altamente manipulável. Alguma coisa está errada neste tipo de louvor.
Há uma crença generalizada de que podemos cantar todo e qualquer texto bíblico, já que é a Palavra de Deus. Isso é um engano – e é exatamente nesse ponto que fica evidente a necessidade do estudo da hermenêutica (interpretação bíblica). Não se pode, simplesmente, cantar qualquer coisa, ainda que sejam versículos bíblicos. Às vezes, o trecho musicado traz uma idéia incompleta, uma teologia ultrapassada pelos ensinos cristãos ou declarações que precisam ser corretamente interpretadas. Ora, há músicas hoje que estimulam o crente a perseguir os inimigos e a destruir os adversários – práticas de acordo com o contexto das guerras de Israel, mas totalmente opostas ao que Jesus ordenou – perdoar e amar os que nos opõem, conforme Mateus 5.
Diante dessa nova realidade da Igreja, é importante ter bom senso e equilíbrio. É claro que precisamos de uma renovação permanente de nossa hinódia. No entanto, não se pode mudar por mudar, prejudicando a própria fé cristã. Por isso, louvemos ao Senhor com sensibilidade, mas também com bastante sobriedade.


Fonte: Revista Eclésia.

C.J. Mahaney e Bob Kaufin - Criatividade na Adoração

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bob Kauflin - Dom ou deus?

Bob Kauflin

A música é um ótimo dom. As 13.000 músicas no meu iTunes são um testemunho disso. Meus olhos frequentemente derramaram-se em lágrimas quando fui afetado por uma letra, um acorde, ou uma textura musical. Eu já agradeci a Deus pelo dom da música mais vezes que eu possa lembrar.
Não importa o que você pense sobre meu amor pela música, me lembro do que Martinho Lutero disse em um prefácio a uma coleção de motetos em 1538:
“Eu, Doutor Martinho Lutero, desejo a todos os amantes da livre arte da música graça e paz da parte de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo! Verdadeiramente desejo que todos os cristãos amassem e considerassem valioso o amável dom da música, que é precioso, digno e um caro tesouro entregue à humanidade por Deus… Uma pessoa que pensa sobre a música, e ainda assim não a considera uma maravilhosa criação de Deus, deve ser um bruto e não merece ser chamado de ser humano; ele não deveria ouvir nada além do zurro dos asnos e o grunhido dos porcos.”
Enquanto eu talvez não deseje imitar a atitude de Lutero, muitos de nós prontamente concordarão que a música é um dom de Deus.
E esse é o problema. A Escritura nos diz que dons frequentemente tornam-se deus. Boas coisas podem tornar-se ídolos.
Em Números 21, os israelitas murmuraram contra Deus e isso resultou no envio de serpentes venenosas. Quando eles confessaram seu pecado e se arrependeram, Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze e pendurá-la em um poste. Todo aquele que olhasse para a serpente viveria. Foi um bom dom. Porém, mais tarde, em 2 Reis 18, lemos que Israel estava fazendo oferendas à serpente, e mesmo lhe deu um nome – Neustã.
Bons dons podem tornar-se deuses.
A música vira um deus quando procuramos nela alegria, conforto, poder e satisfação que somente Deus pode dar. Aqui estão cinco indicadores de que isso pode estar acontecendo.
1. Escolhemos frequentar uma igreja ou reunião com base na música, não na pregação do Evangelho e da Palavra de Deus.
Em nenhum lugar na Bíblia somos ensinados que a igreja deve reunir-se em torno da música. Nos reunimos em torno do Salvador crucificado e ressuscitado, Jesus Cristo. Nos reunimos para ouvir a Palavra de Deus no poder do Espírito. Efésios 2.13-14 diz que o sangue de Cristo nos une, não a música.
2. Não conseguimos adorar sem uma determinada música, estilo, líder ou som.
Se eu digo que não consigo adorar a não ser que X aconteça, ou X esteja presente, sem que X seja a morte de nosso Salvador na cruz por nossos pecados ou o poder de seu Espírito, estamos entrando em idolatria. Nesse momento, X é mais importante para nós que o mandamento de Deus de amá-lO com todo nosso coração, alma, mente ou força. Isso não significa que não existam músicas ruins, líderes fracos ou estilos inadequados. Mas, ser discernente é diferente de ser incapaz de adorar a Deus.
3. Achamos que a música nos leva ou nos traz a presença de Deus
Aqui está o que a música pode fazer: ela pode nos afetar emocionalmente. Criar um ambiente. Suavizar nossos corações para que ouçamos mais atenciosamente. Ajudar-nos a ouvir as palavras de maneira diferente. Distrair-nos do que está acontecendo. Ajudar-nos a focar no que está acontecendo. Lembrar das palavras. E mais.
Aqui está o que a música não pode fazer: Tornar Deus mais presente. Trazer a presença de Deus. Nos levar à presença de Deus. Manipular Deus (Hb 10.19-22; 1 Tm 2.5). Há somente um mediador, e não é uma música, estilo, líder ou som. É Jesus Cristo.
4. Um desempenho musical ruim nos leva a pecar contra os outros membros da banda ou os músicos que nos lideram.
Dificilmente estamos representando o coração de Deus quando ficamos zangados, frustrados ou impacientes com músicos que não tocam segundo nossos padrões. O padrão de Deus é a perfeição, e ele foi satisfeito em Jesus Cristo, que viveu uma vida perfeita em nosso lugar e morreu como nosso substituto, suportando a ira de Deus em nosso lugar. TUDO o que oferecemos, não importa quão bem ou mal oferecido, é aperfeiçoado por meio da entrega de uma vez por todas do Salvador. Podemos nos esforçar por excelência no serviço aos outros, ao mesmo tempo em que estendemos a graça que recebemos a eles.
5. O amor pela música substituiu o amor pelas coisas de Deus.
É possível ouvir música que está destruindo sua alma e estar completamente alheio a isso. Ser escravizado por um ídolo e sentir-se como se estivesse sendo liberto. Em suas confissões, Agostinho disse “Ama-te muito pouco aquele que ama outra coisa junto contigo, que ele ama não por tua causa”. Não tenho dúvidas de que amamos a música. Mas nós a amamos por amor a Deus ou por amor próprio?
Resumindo:
Música é útil, mas não é necessária.
Música é boa. Mas Jesus é melhor.
Música é um dom, mas não um deus.
Música não é minha vida. Cristo é.
Os dons de Deus devem aprofundar nosso relacionamento com Deus e criar uma afeição nova por ele. Não substituí-lo.
Que possamos desfrutar e fazer música no melhor de nossas capacidades, tudo para glória dAquele que, em primeiro lugar, nos deu para desfrutá-la.
Fonte: Ipródigo.

sábado, 4 de junho de 2011

ESCALAS - MINISTÉRIO DE LOUVOR NOVA ALIANÇA

ESCALA - MINISTRAÇÕES NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

MÊS
MINISTÉRIO DE LOUVOR
MAIO
22/05- Nova Aliança
29/05- Sacrifício
JUNHO
05/06- Nova Aliança
12/06- Sacrifício
19/06- Nova Aliança
26/06- Sacrifício
JULHO
03/07- Nova Aliança
10/07- Sacrifício
17/07- Nova Aliança
24/07- Sacrifício
31/07- Nova Aliança
AGOSTO
07/08- Sacrifício
14/08- Nova Aliança
21/08- Sacrifício
28/08- Nova Aliança
SETEMBRO
04/09- Sacrifício
11/09- Nova Aliança
18/09- Sacrifício
25/09- Nova Aliança
OUTUBRO
02/10- Sacrifício
09/10- Nova Aliança
16/10- Sacrifício
23/10- Nova Aliança
30/10- Sacrifício
NOVEMBRO
06/11- Nova Aliança
13/11- Sacrifício
20/11- Nova Aliança
27/11- Sacrifício
DEZEMBRO
04/12- Nova Aliança
11/12- Sacrifício
18/12- Nova Aliança
25/12- Sacrifício



ESCALA - DEVOCIONAIS NOS ENSAIO DO MINISTÉRIO DE LOUVOR NOVA ALIANÇA


MÊS
CONDUTOR DA DEVOCIONAL
MAIO
29/05 – Shirley Ferreira
JUNHO
12/06 – Arthur Marques
26/06 – Jonas Justos
JULHO
10/07 – João Carlos
24/07 – Thiago Ferreira
AGOSTO
14/08 – Charlise Ferreira
28/08 – Rubens de Lima
SETEMBRO
11/09 – Rafaela de Lima
25/09 – Dyana Menezes
OUTUBRO
16/10 – Arthur Marques
30/10 – Thiago Ferreira
NOVEMBRO
06/11 – Jonas Justos
20/11 – João Carlos
DEZEMBRO
11/12 – Rubens de Lima
18/12 – Shirley Ferreira

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Solano Portela - Observações sobre Ritmos e o "Louvor" na Liturgia

Alguns anos atrás um jovem escreveu-me perguntando qual a minha opinião sobre a utilização de cânticos com ritmos mais acentuados, na liturgia, e sobre o período normalmente chamado de “louvor”, em nossas igrejas. Na realidade, a pergunta dele foi: “São todos os ritmos apropriados ao louvor, na igreja?”.
Para tratar dessa questão, eu poderia ter entrado no chamado “Princípio Regulador”, que descreve a orientação do culto reformado, no qual somente as coisas diretamente comandadas por Deus devem fazer parte da liturgia. Ocorre que, tomado literalmente, não existe uma única igreja nossa que se enquadre na interpretação mais rígida do “Princípio”, mesmo aquelas pastoreadas ou freqüentadas por seus mais ávidos proponentes. Até nas mais conservadoras encontramos o coro da Igreja, devidamente fardado sob o nosso escaldante calor tropical, entoando belos hinos ao Senhor – alguém pode me indicar onde isso está prescrito no Novo Testamento? Mesmo em nossas igrejas co-irmãs da Escócia – supostas praticantes coerentes do “princípio regulador”; aquelas que defendem que o Antigo Testamento não tem nada a nos dizer sobre a liturgia do Novo Testamento, que são contra a utilização de instrumentos musicais e onde somente os Salmos são entoados, não existe coerência. Os Salmos são cantados, porém com músicas e métricas geradas por mentes de cristãos que viveram milênios após a escrita dos textos bíblicos e as letras são adaptações, para se enquadrar na métrica. Isso sem falar que a tentativa é de uma liturgia neo-testamentária, que, na parte da música é totalmente dependente do Antigo Testamento – pois lá é que encontramos os Salmos. Nessas igrejas, todas as palavras dos Salmos devem ser cantadas com fervor, mas se encontramos aqueles trechos que falam dos instrumentos musicais temos que ignorar tanto o texto como a eles, e considerando-os parte de uma outra era – dá para perceber alguma incoerência nisso? Recorrer, portanto a um exame aprofundado, complexo e possivelmente infrutífero, na definição e aplicabilidade do “princípio regulador”, não responderia a questão, traria outras à tona e é uma reflexão necessária que tem que ser levada a cabo em outra arena. Preferi, portanto, responder o assunto dentro do direcionamento geral que temos nas escrituras e do senso comum que Deus nos concedeu, em vez de invocar nossas raízes históricas.
Quando procuramos na Palavra de Deus não encontramos restrição ou classificação intrínseca de ritmos, como existindo os que são “maus”, e os que são “bons”. Sei que inúmeros livros têm sido escrito, no campo evangélico, sobre as raízes malévolas de certos ritmos e é certo que os ritmos estimulam as pessoas a diferentes estados de espírito, mas permito-me desconfiar das conclusões supostamente científicas e das conexões traçadas por tais trabalhos. Na maioria das vezes temos apenas uma coletânea de opiniões pessoais e ilações infundadas. Às vezes, somos levados à dedução de que o único cântico admissível na igreja seria, preferencialmente, o gregoriano, de alguns séculos atrás, sem muita variação musical ou harmonia.
A realidade é que a Bíblia parece aceitar a utilização de ritmos na adoração. Com certeza existiam os Salmos “mais agitados” e os “mais lentos’. Independentemente de tratarmos de “liturgia do VT” ou “do NT”; do templo, da sinagoga ou da igreja primitiva, Deus permanece o mesmo e o seu agrado/desagrado não deve ter sido modificado na Nova Aliança. Assim, qualquer investigação sem idéias preconcebidas, verificará que instrumentos diversos e variados foram utilizados pelos fiéis e aceitos por Deus, na adoração de sua pessoa.
Como já frisamos, entretanto, independentemente da letra, existe uma empatia entre melodia e ritmo, e o estado de espírito provocado nos cantantes/adoradores. Ou seja, um ritmo agitado em uma hora de contrição é uma contradição de bom senso (algo há muito perdido em nossas igrejas). Não deveríamos precisar de uma profunda exposição teológica para substanciar isso. Um ritmo lento, ou em tom (clave) menor, numa ocasião de festa, de acampamento, por ocasião de uma caminhada, é também uma contradição de bom senso. Quando esse julgamento é quebrado, na igreja, faz-se também violência aos que estão sinceramente procurando adorar. O Salmo 33.3 nos orienta a cantar “com arte” (qualidade, propriedade, musicalidade, harmonia) e“com júbilo” (entusiasmo). Isso nos indica que intensa qualidade musical deve ser objetivada no louvor a Deus e, por outro lado, que é um erro equacionarmos espiritualidade, com um cântico “morto” destituído de entusiasmo, sem o envolvimento de todo o nosso ser.
A maioria dos Salmos possui títulos que grande parte dos eruditos bíblicos considera como sendo parte do texto original. Essa conclusão ocorre não somente porque se encontram nos manuscritos mais antigos, como também porque muitos estão incorporados ou intrinsecamente ligados ao texto, mas também porque outros livros bíblicos (Exs.: 2 Sm 22 e Habacuque 3) trazem tanto salmos como os seus títulos em seus textos inspirados. No livro dos Salmos, os títulos, muitas vezes, classificam aqueles cânticos quanto às diferentes ocasiões nas quais deveriam ser entoados. A indicação parece ser a de que existiam melodias e ritmos próprios para cada situação, por exemplo:“cântico de romagem [marcha]” (Salmo 120); “salmo didático, para cítara” (Salmo 53); “para instrumento de corda” (Salmo 4); “para flautas” (Salmo 5). Cada dirigente de música ou líder eclesiástico, em nossas igrejas, deveria levar essa questão em consideração utilizando a massa cinzenta que Deus lhes deu para discernir os ritmos apropriados e impedir aberrações na liturgia.
No que diz respeito à letra, as Escrituras dão considerável ênfase à linguagem dos cânticos. Em Efésios 5:19, a força da prescrição está na comunicação que os cânticos devem apresentar:  “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais”.
Ou seja, é totalmente destituído de valor o cântico no qual não existe concentração na letra, ou quando esta não reflete os ensinamentos da Palavra, ou quando é entoado mecanicamente, só pelo ritmo ou melodia. A passagem paralela, em Colossenses 3:16, também enfatiza o aspecto de comunicação eexortação através dos cânticos, sempre fundamentados na Palavra de Deus (ou, como traz o texto, na Palavra de Cristo): “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”.  Não resta dúvida, pois, que as letras, ou as palavras, devem refletir os ensinamentos bíblicos e comunicar coisas inteligíveis aos participantes. Hinos, corinhos, cânticos que não comunicam ou que têm palavras antigas, anacrônicas, obsoletas, obscuras ou hebraismos / helenismos desconhecidos dos que cantam e/ou ouvem -- fogem à característica bíblica da adoração, na qual a comunicação é parte importantíssima. Vale a pena, portanto, perguntarmos, será que todos sabem, mesmo, o que é El-Shadai? E o que deveríamos pensar do “...lá, lá, lá, lá...” tão freqüente nos cânticos contemporâneos? Estão comunicando o que?
O grande problema contemporâneo que encontramos, acredito, reside em dois pontos cruciais: (1) Um anacronismo enrustido de uns – esses acham que algo para ser bom, cristão e próprio tem que ser velho e maçante; (2) Uma ingenuidade gratuita de outros, que, se deixada ao bel-prazer, vira arrogância e descaso pelo bem estar espiritual dos demais irmãos. Esses demonstram desconsideração para com a sanidade estética, mental e auditiva dos fiéis. Esses ingênuos arrogantes, aceitam QUALQUER RÍTMO, desde que “cristianizado” ou “biblicizado” – como sendo legítimo e apropriado a qualquer hora. O mais aberrante é a mistura indiscriminada de ritmos, um atrás do outro, sem uma direção ou conceito maior de que o objetivo global é levar os fiéis aos diversos estágios de adoração com transição suave e racional, entre um momento e o seguinte. É nesse sentido que o momento de “louvor” torna-se, para muitos, uma verdadeira “hora da tortura”. É verdade que muitos participam ativamente, mas são inconseqüentemente liderados por dirigentes que não colocaram o mínimo esforço na seleção e verificação do que seria cantado, e nem se preocuparam na adequação dos cânticos com o momento, ou local. Isso sem falar na existência de verdadeiras “trash gospel songs”, que não passariam no mais brando teste de qualidade musical, sob qualquer critério, mesmo o secular, não evangélico.   
Em outras palavras, a tônica atual é de espontaneidade, como se espontaneidade fosse sinônimo de “espiritualidade”. Nem a rigidez estéril e cadavérica é “espiritual” nem a aleatoriedade desregrada.  A ênfase bíblica nos levará mais para uma liturgia planejada e estruturada de adoração a Deus, do que um desenvolvimento aberto, definido “na hora”. Mas, nos dias de hoje, o momento de louvor é levado como se fosse uma hora independente de “vale tudo” divorciado dos demais aspectos do culto. Reconhecemos que, às vezes, pastores e líderes criteriosos se preocupam com as palavras dos cânticos. Isso é bom e necessário, mas não é o suficiente. Quem está fazendo a seleção e a adequação dos ritmos (não me refiro a banir marcação rítmica, pura e simplesmente, como já qualifiquei acima)? Quem está preocupado com a qualidade musical? Quem está selecionando os cantores (normalmente, canta quem quer ou se auto-impõe, quer tenha voz, quer não)? Quem está orientando os líderes da “hora do louvor” para que sejam líderes de cânticos (se têm competência para tal) e não fontes de sermões, puxões de orelha em irmãos de cabeça branca, ou passíveis de arroubos “espirituais” que, em muitas ocasiões, contradizem todos os ditames doutrinários da denominação que os abriga? Quem tem a mão no botão de controle do volume? É necessário que toda a congregação tenha de ficar refém e à mercê da sub-sensibilidade auditiva de alguns?  
Acredito que podemos ser consideravelmente abrangentes na nossa aceitação de ritmos e melodias. Creio que podemos louvar a Deus de muitas maneiras e formas, expressando toda a variedade recebida dele, em nossa formação cultural e nacional. Mas louvor é coisa séria e essas questões acima não podem simplesmente ser ignoradas. Muitas igrejas não deixariam um pastor qualquer subir no seu púlpito e pregar um sermão aos fiéis. Exigem preparo, referência, anos de seminário, aprovação por um presbitério, tutores, orientadores, testes, etc. Mas escancaram as portas para o doutrinamento e a palavra de autoridade advinda de pessoas que podem até estar cheias de sinceridade, mas igualmente repletas de inexperiência e falta de preparo para orientarem doutrinariamente o povo de Deus.
Uma outra questão, que tem que ser aferida, é a utilização de músicas conhecidas com letras evangélicas. Sabemos que isso ocorre nos hinos, de uma forma geral. Por exemplo, nosso antigo hino: “Da linda pátria estou, bem longe...”é uma canção folclórica Norte Americana, bem como o Hino No. 113: “Achei um bom amigo”. Assim, muitos outros hinos nossos procedem do folclore de outras nações; a música Italiana “Sole Mio” já serviu para várias versões de hinos. Entretanto, quando a música utilizada é contemporânea demais, é impossíveldivorciar a letra original do que está sendo cantado. Por exemplo, já cantei várias vezes, em diversas igrejas, a letra de “glória, glória, aleluia...” com a música de“Asa branca”. “Casa” direitinho – a métrica é idêntica. Só que toda vez que canto só me lembro de “Asa Branca” e de Luiz Gonzaga. Dita o bom senso que essa situação não conduz à plena adoração. Só essa constatação bastaria para mostrar que não é sábio trasladar músicas contemporâneas, de outras canções, para cânticos eclesiásticos. Mas existe ainda uma falta de gosto total, de propriedade, de sabedoria e de avaliação do ridículo com transmutações na qual a associação é com ritmos e músicas que têm uma letra ou mensagem, às vezes, até imoral, sendo totalmente impossível o cântico sem a lembrança do original, corrompendo, em vez de edificar. Tal é o caso do “Segura o Tcham” que recebeu letra “evangélica”, na Bahia, como “Segura o Cão”. Parece brincadeira mas é verdade, ainda que tenha sido em uma “Igreja Universal”. Da forma como se encaminham as coisas, qualquer hora dessas essa moda chega no nosso meio.
Realmente, a questão de ritmos não é uma questão na qual a Bíblia legisla claramente. Cada um de nós, portanto, tem que formar a sua própria opinião, sempre procurando os valores maiores expressos na Palavra de Deus, em nossos relacionamentos pessoais, sem nunca esquecer a primazia da verdade clara sobre nossas conclusões pessoais. Por último, existe um outro aspecto de nossa liturgia que merece ser levantado. Alguém, em algum lugar, decidiu (e não extraiu da Palavra) que os cânticos não podem estar mesclados com os diversos passos da liturgia, mas devem ser cantados de uma só vez, na chamada “hora de louvor”. Mais sério ainda, alguém achou que só se pode louvar a Deus em cânticos se estivermos em pé. Apesar de já ter dobrado o cabo da boa esperança, não estou tão velho assim, mas confesso que é difícil e me canso de ficar em pé 20, 30, às vezes 45 minutos seguidos, entre tentativas de concentração de Louvar a Deus afastando os pensamentos pouco santos contra o inventor que me obrigou a tal tortura. Hinos podem ser cantados sentados; mas “cânticos espirituais”, só podem ser entoados de pé. Alguém sabe quem legislou isso? Mereceria termos uma palavrinha com ele...